quinta-feira, 22 de março de 2012

Se é do bem, te faz crescer

Sempre fui carente, muito carente. Era do tipo que via as amigas namorando e sofria por estar sozinha. Quando estava a sós, desperdiçava muito tempo lamentando o fato de nunca dar certo com os homens. Constantemente, me sentia humilhada quando via que mais uma paixão não havia apresentado nenhum tipo de sucesso. Na verdade, eu só vivia de paixões platônicas, amores infundados, admiração por homens sem nexo. Se me encantava por homens incoerentes, meus sentimentos só podiam ser doentes.

Um dia, no início do ano de 2010, sofri uma grande decepção. Com o coração detonado pelas emoções e sentimentos confusos, implorei aos céus como nunca, NUNCA tinha suplicado na vida:

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Deus, aumenta em mim meu amor-próprio, tira de mim essa característica destruidora que me cobra viver uma “história de amor” como as dos filmes. Tira de mim o que não me deixa ter paz.

Não sei você, mas acredito em milagre. Em milagre, inteligência emocional e maturidade. Hoje não me autodestruo mais. Eu, sim, me construo usando tudo de lindo e edificante que a vida me dá. Cresci, amadureci, nunca mais sofri por causa de amores impossíveis, improdutivos, sem virtudes. A carência não me destrói mais. Aprendi que sentimento algum é bom quando te diminui, te faz sofrer.

O que eu vivia não era amor, era ilusão. A ilusão de que contos de fada extrapolam as páginas dos livros. Mas amor mesmo, de verdade, te ergue, coloca em pé, te faz justo, te faz grande, grande em paciência, compreensão, bondade, aprovação. Isso ainda não vivi, mas também não tenho pressa, afinal, a excelência é uma questão de hábito e, hábito, questão de tempo.