quinta-feira, 22 de abril de 2010

Eu, tempo, logo existo

Quem passa de vez em quando aqui no blog sabe que eu gosto muito de escrever sobre temas pelos quais, frequentemente, esbarramos durante a vida.

Hoje senti vontade de falar sobre o tempo.

Anda muito fresco na minha mente o pensamento de que somos frutos daquilo que o tempo fez, faz de nós.

E o que é o tempo?

Pra mim, é a soma do passado e do presente gerando resultados que levaremos conosco por toda a vida.

A questão é que nós, jovens, custamos em entender que o tempo também passa pra nós. E que o que fazemos hoje, as escolhas que tomamos, as ações que praticamos hoje, gerarão conseqüências que certamente colheremos mais cedo ou mais tarde.

Vivemos em função do tempo. É ele quem rege a vida.

Não quero dar a entender aqui que o tempo é uma força sobrenatural que faz o ciclo da vida girar. Não mesmo!

Até porque, acima do tempo, está Deus: Soberano e supremo acima de todas as leis da natureza e do conhecimento humano.

Mas, aqui na Terra, na vida medíocre que vivemos, é o tempo quem joga na nossa cara que não somos nada além de ignorantes e pequenos. Com doutorado ou sem. Somos ilhas de limitação e preconceito. E seremos assim até a morte.

Mas, enquanto essa não vem, o que mais fazemos é viver sobre o abrigo do tempo, que nos salva e nos faz padecer. Assim mesmo, ao mesmo tempo. No trabalho, nos estudos, no convívio social e familiar: O tempo dita regras.

No meu caso, deadlines, prazos e datas-limite são apenas termos sinônimos que cauterizaram minha mente. Hoje, não me desespero mais quando vejo que o tempo passou.

Entretanto, isso, infelizmente, não impede que eu lamente. Lamente por tudo de ruim que eu poderia ter evitado e que não o fiz, fazendo com que o tempo me presenteasse lágrimas.

Não impede que lamente o fato de o tempo não voltar, que ele é implacável e que, por isso, carregarei tristezas e arrependimentos por longos anos.

Porém, foi o tempo que me mostrou que eu melhorei. Que, independente das culpas, eu busco aproveitar o tempo que me foi dado. E o que ainda é.

Foi o tempo quem me mostrou que ele pode ser o conforto e a segurança que a maturidade oferece. Só através dele eu posso olhar pra traz e me orgulhar do que passou. E ainda dizer: valeu a pena!

E eu quero fazer valer a pena. Cada dia que me é dado de presente. Quero pensar que as tristezas do passado só fizeram o que eu sou hoje e eu preciso ver que hoje sou melhor que ontem.

É você hoje melhor que ontem?

Quero pensar que as idéias insensatas de ontem, foram, de certa forma, benéficas pra mim. Porque hoje eu as vejo como devaneios. Enxerguei meu erro.

Quero pensar que o tempo me fez mais bela, por dentro e por fora.

Quero acreditar que, apesar de o tempo também ter me feito regredir em alguns dos meus hábitos e opiniões, eu ainda posso moldar costumes e evoluir.

Quero pensar. Penso. Penso que o tempo me deu de presente a certeza de que nasci pras palavras e que elas me completam.