"Um dia você aprende que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam."
É, sou petulante mesmo e ouso discordar do grande dramaturgo. Shakespeare está enganado. Às vezes é necessário mudar os amigos, sim, porque amigos são humanos e humanos podem mudar pra pior. Então, pensando nisso, te pergunto: como continuar amando quem não tem nada mais a ver com você? Como continuar admirando quem passa a acreditar em ideais contrários aos seus, princípios tão distantes da sua realidade quanto os polos da Terra?
Claro que as diferenças entre nós e nossos amigos são capazes de nos fazer crescer, expandir a mente e refletir acerca de assuntos que, por conta própria, não pensaríamos. É aquela velha teoria (totalmente coerente) de que o mundo seria insuportavelmente chato se todos fossem iguais.
Mas não é disso que estou falando. Quero dizer que existem diferenças que precisam funcionar mais como fator de união, do que de distinção, se é que você me entende. São as diferenças fundamentais da vida, aquelas que nos dão prazer de conversar com um amigo, que contraditoriamente nos proporciona afinidade, nos faz sentir parte de uma comunidade. Essas diferenças falam mais alto quando o assunto é amizade verdadeira e profunda. Mas se essas diferenças são grandes demais, se elas fazem de você alguém total e profundamente diferente de seu amigo, as coisas podem desandar.
E, quando passamos a enxergar um abismo de diferença entre nós e alguém, percebemos que o tempo passou e alguma coisa em você, ou no seu amigo, não acompanhou a mudança do mundo. E você se pergunta: como continuar amando quem em nada mais tem a ver comigo?
Bom... Se você tiver resposta pra essas indagações, me avise.
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