
Mesmo assim, resolvi falar de solidão. E já que as palavras não curam meu problema, ao menos me fazem companhia. Por isso, preciso falar da necessidade de afeto, da importância do sorriso, da preciosidade da amizade. Não fomos feitos para sermos só.
Namorado, marido, amigo, irmão: nascemos para termos um codinome, apesar de odiarmos rótulos. Porque, nesse caso, ser namorado, marido, amigo ou irmão não é bem um rótulo, é ser pedaço do coração de alguém. Até porque, pense bem! Estar acompanhado é não estar só, até mesmo no caso de quem está mal acompanhado. Vinícius de Moraes já dizia que “mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão”... Entende por que tantas pessoas não conseguem largar uma má companhia?
Mas o fato é que eu falava, em outras palavras, que fomos feitos mesmo para sermos grupo. Quem é só, é pó. É grão, é fagulha, é areia, centelha, miudeza. E fomos feitos para a grandeza. Para o amor, para o afeto, para a companhia, para o agrado, para o abraço. Afinal, não se pode abraçar só: é preciso ser dois ou, no mínimo, mais que um.