No alto da velocidade com que vivemos não tentamos nos agarrar a visões de mundo e opiniões, nós somente nos ligamos ligeiramente às coisas enquanto passamos pela vida, mas quando nos ligamos, é com inteligência, com interesse, e depois deixamos essas coisas irem embora, graciosamente, sem nos apegarmos.¹
As afirmações não são minhas. É o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que possui mais de uma dezena de livros publicados, que é enfático: “ligações frouxas e compromissos revogáveis são os preceitos que orientam tudo aquilo em que [as pessoas] se engajam e a que se apegam.”
Mas o que pode parecer filosófico demais ou difícil pra alguns, pode ser traduzido de forma simples: a sociedade atual não quer compromissos, ligações intensas, não quer apego. Tudo o que interessa para as pessoas da pós-modernidade (leia-se 'dos dias de hoje') é nada mais que o efêmero, o passageiro, o superficial.
A questão é polêmica, mas quero tornar a reflexão fácil. É como se nossos dias fossem como uma falsa amizade, daquele tipo que é movida e mantida pelo interesse: superficial, que se importa, na verdade, somente com o próprio bem-estar, e não com a satisfação do outro ou em dar atenção ao outro.
Tá achando isso aqui familiar?
Então, meu caro, minha querida, reflita se você tem mostrado ser mais um nadador a favor da corrente, ou se você realmente se importa com os laços de amizade, carinho e respeito que têm. Se é que construiu algum suficientemente sólido na vida...
O simples hábito de manter contato com quem está longe, de deixar um recado na internet, de dizer EU TE AMO, mesmo sendo membro dessa sociedade que não está interessada em ligações intensas, pode ser uma luz em meio a uma realidade tão tenebrosa, pouco acolhedora.
Afinal, dói não saber o que está acontecendo na vida das pessoas que amamos. É como se a realidade jogasse na nossa cara: “você não faz parte mais da vida dele, dela”. Pense nisso.
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1 - BAUMAN, Zygmund. Vida líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007, p 11. No trecho, Bauman cita Barefoot Doctor, pseudônimo de um colaborador da Observer Magazine, de 30 de novembro de 2003, p. 95.
Acho que não faço parte da sociedade do pós-modernismo :/ Mas eu acredito que isso seja bom... Bonito texto.
ResponderExcluirBjs
Oi
ResponderExcluirQuerido, Anônimo. ahuaua
ResponderExcluirÀs vzs eu gostaria de não fazer parte dessa sociedade pós-moderna tbm. =/
E, Fê... Oi. :)