quinta-feira, 23 de outubro de 2008

- O Jornalismo-poema


Quando escolhi o curso que faria e que, conseqüentemente, seria minha profissão pro resto da vida, só tinha duas coisas em mente: não ser igual a todo mundo que escolhe o mesmo curso que eu e não ser repórter/apresentadora de TV.

Porquê? Por que eu gosto de ser diferente! =] E, seguindo aquilo que muita gente já me ouviu falar: não faço jornalismo pra aparecer na televisão.

Acho a área encantadora! Realmente muito interessante, um mundo mágico! Mas ainda acho que não 'nasci' pra fazer TV..

Enfim! Eu tinha essas duas certezas... Era um bom começo, né? Pra quem tinha (e ainda tem) um mundo todo de descobertas pra fazer.

No decorrer da faculdade, perguntas como 'já sabe em que área vai trabalhar?' e 'sobre o que vai ser seu TCC (trabalho de conclusão de curso, monografia, como preferirem) ?' surgiram (e ainda surgem) a todo momento.. Colegas de curso, formados, parentes, amigos, não importava. O povo começou a perguntar: 'e mais pra frente?'

Os questionamentos ficaram tão frequentes que comecei a ficar preocupada, mesmo sabendo que tenho mais, digamos, 2 anos de "cadeira" pela frente.

Passei a pensar em todas as opções de trabalhos de conclusão de curso, métodos que posso utilizar pra desenvolver o tema escolhido, etc..

Aí, no meio disso tudo, aconteceu a 3ª semana de Jornalismo - o Jornalide - na universidade onde estudo.

Edvaldo Pereira Lima, jornalista e professor de comunicação, doutor pela USP e pós-doutor (Meldels!) pela Universidade de Toronto, no Canadá; foi quem "abriu" o evento falando sobre o jornalismo-literário* e livro-reportagem (vertente jornalística que utiliza a linguagem do jornalismo-literário e que, diga-se de passagem, é muito bem executada por ele. Inclusive foi Pereira Lima quem escreveu Ayrton Senna: Guerreiro de Aquário - famosa biografia do saudoso piloto).


Simplesmente fiquei embevecida, encantada, com as coisas que ele ia falando...
Ia me encontrando naquela paixão dele por fazer jornalismo como se estivesse fazendo poemas. Escrever matérias mostrando sentimentos, dignificando cada pessoa mencionada em seus textos, expondo sensações que atualmente o jornalismo tem esquecido de colocar naquilo que produz.

Cada detalhe que ele destacava sobre jornalismo-literário ia me transportando pra uma realidade que já era familiar à mim. Sem saber, eu já praticava e amava fazer esse 'jornalismo diferente' - mais sensível, mais poético, menos superficial e mecânico.

Cheguei então à bela conclusão: é isso que quero pra mim!


Todos os caminhos me levam ao que faço aqui nesse blog: escrever. E se meu coração vê prazer nisso, hoje posso dizer que ele também sente alegria ao ouvir falar livro-reportagem.

Metade do caminho está "andado". Meu trabalho de conclusão de curso será um livro. Um livro-reportagem. Assunto abordado pelo livro? Ainda não sei. Mas em "2 anos de cadeira" eu descubro.


:D



* Jornalismo-literário: gênero do jornalismo feito com a arte da literatura. É também conhecido como literatura não-ficcional, literatura da realidade, jornalismo em profundidade entre outros. É uma prática jornalística que se difere das demais por ser um tratamento aprofundado de determinado acontecimento com linguagem menos superficial e instantânea que a utilizada convencionalmente nos veículos de comunicação de todo o mundo.

Fonte: parafraseado de
Wikipédia - a enciclopédia livre.

5 comentários:

  1. Adorei Lianaaa...
    Ao contrário de vc, eu adoro a área da TV, tanto para aparecer no video, quanto como produção...
    Ser jornalista hoje, é trabalhar por amor! Lembre-se disso.

    super beijos

    Carlos

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  2. delícia caramelada... super a sua cara essa linha do jornalismo hein.... poxa! q bom q vc encontrou-se...

    mil bjs

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  3. Desde sempre eu nunca gostei desse jornalismo corrido, que tem ânsia pelo furo e nem checa direito as coisas. Minha paixão pelo jornalismo literário despertou de vez quando, num super impulso, assinei a revista piauí.

    Me perguntam que área quero seguir. Gosto de TV. Amo rádio. Mas mesmo assim prefiro escrever. Escrever. E escrever.

    Vou trabalhar em uma revista do tipo da piauí, creio nisso. Posso também trabalhar em um jornal impresso, mas quero caderno B, por favor. Ou cotidiano.

    Mas revista pra mim é o mais encantador.

    Meu TCC é jornalismo literário, mas no vídeo. É um vídeo documentário. Já está pronto! =)

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  4. Que legal a área que você escolheu. Com certeza esse tipo de jornalismo é bem mais real, mostra mais a realidade, a vida como ela é (rs)..E é maravilhoso quando a gente encontra nossa vocação e trabalha no que nos dá prazer. Eu admiro muito essa profissão (jornalismo) o papel de vocês jornalistas é fundamental para o crescimento da sociedade.

    Beijão!

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  5. hahaha muito bom ^^
    tb é o que eu quero pra mim, concordo com tudo.
    Já falei pro Maciel: "não sei se você sabe, mas já to avisando: vou fazer meu livro-reportagem e vc vai ser meu orientador!" hahaahaha...
    ele fez uma cara legal, acho que ele gostou da idéia hahaha
    beijos!

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