Suas imaginação vive criando
Magia, encantamento, sonho, pensamento.
Como poeta,
faço a alegria
encanto com os versos
versos que falam da vida.
canta, sorri, sente dor.
as usa pra dizer
dizer o que sente
o que quer
sempre
até morrer.
Mil e cem quilômetros me separam de casa, 13 horas de viagem, mais que a metade de um dia todo. Nem sempre foi assim... Há quatro anos eram apenas cerca de 130. Mas hoje, bem longe de casa, tenho aprendido que a vida não espera você se tornar adulto pra te ensinar a agir como um.
É que quando se está longe numa situação como a minha, teoricamente não há ninguém por você por perto. Literalmente. Não é que você não tenha amigos ou esteja isolado da sociedade. É que agora quem faz sua vida é você. É você quem terá que cuidar de crescer, para aparecer.
Quando moramos com os pais, a mãe prepara o café todos os dias, faz o almoço e pergunta o que você quer comer na janta. O pai, por sua vez, te dá uns troquinhos de vez em quando, depois de você muito insistir que precisa de, pelo menos, 5 reais pra poder tomar sorvete com os amigos.
Óbvio que essa esta seja uma situação hipotética em sua história de vida. Talvez você nunca tenha tido a felicidade de ter que esperar a semana que vêm chegar pra poder usar aquela blusa branca que tanto gosta. Afinal, sua mãe lavou ontem todas as roupas claras que estavam sujas e só na próxima semana lavará peças com esse tom novamente.
O mais incrível(?) é que quando a adolescência chega e, mais tarde, quando a vida universitária se torna realidade pra gente, a coisa com que a maioria de nós passa a sonhar é sair de casa! É morar sozinho, ter um cantinho só pra gente, ser INDEPENDENTE.
Mas, ah... Mal sabemos nós o que nos espera! Se todo jovem sonhador soubesse como dói ficar longe daqueles que amamos. E não me refiro a paixonites, não. Essas coisas, pequenas, passam. Falo de amor de verdade, amor de pai e mãe, de saudade da sua terra, dos amigos, daqueles que sempre estiveram com você, que te viram crescer, te ajudaram quando você mais precisou.
Estar longe dessas pessoas, que te amam independentemente do seu sucesso ou fracasso, do seu entusiasmo ou fraqueza, que te amam independentemente da distância; é muito mais difícil do que ter que passar toda uma adolescência morando com os pais.
Ah, se eu pudesse... Se eu pudesse encucar a realidade na mente (já sendo redundante), muitas vezes oca, desses seres que insistem em sair de casa cedo demais! Imputar nessas cabecinhas que essa vida não é tão simples assim...
Tá. Devo deixar claro que aqui que não sou contra a independência financeira ou que não se deve sair de casa nunca, nem depois de adulto. Não é isso. Até porque minha própria atual situação estaria indo contra essas ideias... Só acho que a vida é curta demais pra querermos nos livrar tão cedo das pessoas que mais amamos. Ou que pelo menos deveríamos amar...
Mas se seus sonhos pro futuro incluem sucesso profissional, saiba que será necessário se desafiar e sair da barra da saia da mãe. E, portanto, você provavelmente terá a crise pela qual passo agora. Tem gente que diz que é a crise dos 25, que é quando você se vê formado tendo que decidir se casa ou se muda de cidade por causa de uma proposta de emprego. Devo ser precoce, a crise bateu na minha porta aos 21. Não que eu esteja pra casar, mas diria que os desafios que estão à minha frente são um pouco mais assustadores. Minha opinião, né?
Quem passa de vez em quando aqui no blog sabe que eu gosto muito de escrever sobre temas pelos quais, frequentemente, esbarramos durante a vida.
Hoje senti vontade de falar sobre o tempo.
Anda muito fresco na minha mente o pensamento de que somos frutos daquilo que o tempo fez, faz de nós.
E o que é o tempo?
Pra mim, é a soma do passado e do presente gerando resultados que levaremos conosco por toda a vida.
A questão é que nós, jovens, custamos em entender que o tempo também passa pra nós. E que o que fazemos hoje, as escolhas que tomamos, as ações que praticamos hoje, gerarão conseqüências que certamente colheremos mais cedo ou mais tarde.
Vivemos em função do tempo. É ele quem rege a vida.
Não quero dar a entender aqui que o tempo é uma força sobrenatural que faz o ciclo da vida girar. Não mesmo!
Até porque, acima do tempo, está Deus: Soberano e supremo acima de todas as leis da natureza e do conhecimento humano.
Mas, aqui na Terra, na vida medíocre que vivemos, é o tempo quem joga na nossa cara que não somos nada além de ignorantes e pequenos. Com doutorado ou sem. Somos ilhas de limitação e preconceito. E seremos assim até a morte.
Mas, enquanto essa não vem, o que mais fazemos é viver sobre o abrigo do tempo, que nos salva e nos faz padecer. Assim mesmo, ao mesmo tempo. No trabalho, nos estudos, no convívio social e familiar: O tempo dita regras.
No meu caso, deadlines, prazos e datas-limite são apenas termos sinônimos que cauterizaram minha mente. Hoje, não me desespero mais quando vejo que o tempo passou.
Entretanto, isso, infelizmente, não impede que eu lamente. Lamente por tudo de ruim que eu poderia ter evitado e que não o fiz, fazendo com que o tempo me presenteasse lágrimas.
Não impede que lamente o fato de o tempo não voltar, que ele é implacável e que, por isso, carregarei tristezas e arrependimentos por longos anos.
Porém, foi o tempo que me mostrou que eu melhorei. Que, independente das culpas, eu busco aproveitar o tempo que me foi dado. E o que ainda é.
Foi o tempo quem me mostrou que ele pode ser o conforto e a segurança que a maturidade oferece. Só através dele eu posso olhar pra traz e me orgulhar do que passou. E ainda dizer: valeu a pena!
E eu quero fazer valer a pena. Cada dia que me é dado de presente. Quero pensar que as tristezas do passado só fizeram o que eu sou hoje e eu preciso ver que hoje sou melhor que ontem.
É você hoje melhor que ontem?
Quero pensar que as idéias insensatas de ontem, foram, de certa forma, benéficas pra mim. Porque hoje eu as vejo como devaneios. Enxerguei meu erro.
Quero pensar que o tempo me fez mais bela, por dentro e por fora.
Quero acreditar que, apesar de o tempo também ter me feito regredir em alguns dos meus hábitos e opiniões, eu ainda posso moldar costumes e evoluir.
Quero pensar. Penso. Penso que o tempo me deu de presente a certeza de que nasci pras palavras e que elas me completam.
Hoje eu estava dando uma olhada em alguns arquivos do meu computador e encontrei o texto abaixo.
Na verdade, o escrevi em 2008, ano em que vivi uma fase bem complicada emocionalmente falando.
Resolvi escrever, num desabafo - tom que quase todos os meus textos possuem - uma crítica à passividade com que alguém que eu amei muito encarava a vida. E acho que ainda encara.
Enfim, apesar de ser uma "carta" dedicada à uma pessoa em especial, essas linhas podem valer para outras pessoas. Inclusive agora, ao de ler esse texto depois de quase 2 anos, percebi que tenho alimentado muitas das atitudes que critico no texto. Talvez seja a hora de reavaliar alguns dos hábitos da minha vida.
Carta àquele que não é si próprio
Você é uma mentira, uma farsa.
As coisas que você diz não são as que você faz.
As coisas que você demonstra gostar, você nem gosta tanto assim.
Já parou pra pensar nisso?
Esses ares de pessoa que aproveita a vida, essa ‘pinta’ de sociável não é você!
Eu sei que não!
Você parece tão simpático, tão doce, tão aprazível.
Tudo ludibriação, tudo conversa, tudo mentira!
Inclusive, se eu pudesse atribuir mais um sinônimo à palavra ‘mentira’, o sinônimo seria seu nome.
Eu sei que embaixo da máscara que cobre seu rosto existe alguém que quer atenção, quer amigos, quer ser amado e admirado. Mas também sei que até hoje não conseguiu nada disso de alguém. Ok, ok... Conseguiu. Mas não foi o suficiente, não foi pra vida toda. Nem pra boa parte dela.
Por isso, você é uma farsa.
Porque você não tenta se doar um pouco antes de querer ter suas necessidades satisfeitas?
Você vive num mundo que não é seu, com sonhos que não são seus, numa vida que não é sua. Vive uma vida que VOCÊ acha que os outros vão gostar, preocupando-se com o que elas acham, com o que elas vão pensar se você fizer assim ou assado.
E você é assim, mesmo jurando que não.
Teus valores estão enferrujados, seu amor está empedrado.
Empedrado nesse seu coração que pode ser de tudo, menos de carne.
Aí vem você falando que todos se aproximam de ti por interesse, te dando uma sensação de que todos querem te “passar a perna” e te derrubar.
Mas o mundo não quer te derrubar, querido! Ele todo nem te conhece pra querer isso. O que todos os serem humanos iriam querer com alguém que nem tem amor-próprio?
Não ache que as pessoas conspiram contra você. Ei! Ninguém quer roubar sua felicidade!
Pra ela acontecer, SÓ DEPENDE DE VOCÊ!
Descubra que o mundo, na verdade, não é composto só por seu umbigo. Ele é feito por cada um que está perto de você, por cada pessoa que pode te querer bem, por cada um que pode te ensinar algo e te fazer alguém melhor. A Terra é vastíssima, querido. É cheia de cores, de sensações, lições, de VIDA!
Viva a vida! Não se permita morrer aos 20 anos, 40, 70, 100. Não aceite a solidão, não aceite a mesmice, não tolere a enxurrada de idéias, conceitos e “achismos” alheios que só querem te fazer de fantoche.
Acorde!
Se é que você entende minha profundidade ao escrever-te esse texto...