segunda-feira, 14 de maio de 2012

Quando meu sonho virou pesadelo

Quando preciso aceitar o momento no qual estou vivendo, aceitar sentimentos que existem dentro de mim ou organizar idéias na minha mente, escrevo. E hoje não é diferente, escrevo acerca do que era pra ser, mas não foi. É um desabafo, um sopro angustiado. Esse texto é uma tentativa de explicação pra mim mesma. Esse post é um ponto final no meio de um texto imenso chamado vida.  

Sou sortuda. Pude realizar sonhos durante a faculdade. Isso porque coloquei na minha cabeça que ao longo do curso eu conheceria todas as áreas e mídias da Comunicação de maneira prática para que, ao final de tudo, meu currículo não me impedisse de atuar em nenhum campo. Sendo assim, passei - como estagiária - por jornal impresso, mídia online, revista, TV, rádio e área acadêmica, desenvolvendo, também, o gosto por trabalhos de caráter científico. 

Durante a faculdade também fui homenageada com dois prêmios de destaque acadêmico oferecidos pelo curso de Comunicação do Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo, onde me formei em Jornalismo) e agraciada com a oportunidade de ser a primeira aluna do Unasp a ser aprovada – entre mais de 300 candidatos – no processo seletivo de estágio da EPTV Campinas, uma das mais importantes afiliadas da TV Globo do país. 

Diante de tantas oportunidades de crescimento profissional (entre outras que se eu for contar aqui o texto fica quilométrico), as expectativas em relação ao final do curso eram as melhores: desemprego era palavrinha fora do dicionário. Alguns professores, amigos pessoais e colegas de curso também acreditavam que a experiência adquirida ao longo do curso me colocaria no mercado de trabalho em pouquíssimo tempo. E eu? Bom, eu tinha certeza de que era tudo questão de semanas. Petulância, autoconfiança ou muita fé? Não sei. Chame do que quiser. Mas jamais pensei que ficaria meses a fio sem emprego. Foi um banho de água fria. 

Desde que terminei a faculdade vivi MUITOS dias difíceis. A espera por respostas, a procura por emprego, a ansiedade... Tenho certeza que esse lado da história você não conhece, assim como o que tem me feito chorar, o que às vezes rouba minhas convicções ou o que alimenta minhas esperanças, isso você - que frequenta meu Facebook ou meu blog – também certamente não sabe. 

Claro que muito de mim deixo exposto nas redes sociais, mas minhas lutas, minhas reais lutas, pouquíssimos sabem... Porque, querido, aprenda: tem gente que sorri, posta fotos, exibe festas e escreve alegria, mas vive confusão, angústia e tristeza. Só a gente sabe o sentimento que nos constrói ou nos destrói. Internet é vitrine, mas o vidro entre nós e os manequins pode estar embaçado. 

Mas hoje decidi falar acerca do que pode parecer um silêncio de Deus. Afinal, sempre fui cristã e fiel e Ele, sempre acreditei que Deus recompensaria todo meu esforço, dedicação e emprenho profissional. Dessa forma, jamais duvidei que Ele me daria um emprego como que para fechar com chave de ouro um ciclo de cinco anos de luta, suor e investimento. Quando vi que nada disso estava acontecendo, comecei a questionar porque Ele não respondia minhas orações, porque Ele não me mostrava o que fazer, porque as possibilidades profissionais que até então eram tão reais, num sopro, sumiram. “Então me esforcei para entender essas coisas, mas isso era difícil demais para mim... O meu coração estava cheio de amargura, e eu fiquei revoltado” (Salmos 73: 16, 21). 

Mas o fato é que Deus não é culpado pelo meu desemprego ou pelas promessas que me fizeram, mas que não se cumpriram. Na verdade, foi graças a esse Deus que hoje posso dizer que sou uma boa profissional. Foi Ele quem abriu portas e me deu as oportunidades que citei acima. E se hoje não estou no mercado do trabalho - como boa parte dos meus professores, colegas e familiares acharam que eu estaria - é porque Ele, sim, não quis, mas é também porque Ele tem outros planos pra mim. E creio tão fielmente que Deus tem outros planos pra mim que faço questão de deixar essas palavras registradas aqui porque sei que, em breve, contarei boas notícias pra vocês. Não sei quais serão essas notícias, mas serão as melhores. 

Aproveitei o silêncio de Deus para ouvi-lo. Às vezes, há tanto barulho à nossa volta que não conseguimos ouvir a voz de Deus, e depois O culpamos de nunca falar conosco... Concentrei-me em buscá-lo, em me render aos Seus pés, em pedir a Ele que me faça alguém menos egoísta, mesquinha e impaciente. Ele tem me ajudado a enxergar defeitos meus que antes não tinha tempo pra enxergar porque estava ocupada demais com minhas ambições... E percebi que tenho um porto-seguro, um Deus que não vai me frustar, “pois Deus só abre as portas de onde Ele está.” 

Oro para que você confie também. De coração.


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“Ainda que minha e o meu corpo enfraqueçam, Deus é a minha força, Ele é tudo o que sempre preciso. Ele me guia com Seus conselhos e, no fim, me receberá com honras”. (Salmo 73)